segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Segue sozinha

Tua mão segue sozinha. Já não tem o calor que a minha oferece. Quebraste tua promessa primeiro. Eu te acompanhei, pra cumprir as minhas palavras que nunca foram em vão. Soltaste-me primeiro. Eu te segui. Soltei-te quando te vi longe. E fui mais além. Empurrei-te: Some-te daqui; some-te de mim. Já não há vínculos entre nós – meros desconhecidos que se conhecem profundamente.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Horas Gastas

Horas gastas

Eu escrevo palavras minhas
Sem retorno e sem paz
pra chegar aos teus olhos cinzas
que não são meus.

Eu me exponho no papel
Pra saciar a distância encardida
Que há no meu peito.
Pra me gritar
Nessas madrugadas silenciosas de grilos.

Porque a solidão me espreita
com seus olhos azuis
de quem também não tem par
e a ela me agarro com os dentes.

Minhas palavras pairam no ar
Sem ouvidos.
Sem olhos.

Necessitam de uma reencarnação.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tempo


Eu vi as horas passando
               uma a uma
nenhuma era minha
nada era meu
       além daquela insubstituível
ausência no espírito