quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Horas Gastas

Horas gastas

Eu escrevo palavras minhas
Sem retorno e sem paz
pra chegar aos teus olhos cinzas
que não são meus.

Eu me exponho no papel
Pra saciar a distância encardida
Que há no meu peito.
Pra me gritar
Nessas madrugadas silenciosas de grilos.

Porque a solidão me espreita
com seus olhos azuis
de quem também não tem par
e a ela me agarro com os dentes.

Minhas palavras pairam no ar
Sem ouvidos.
Sem olhos.

Necessitam de uma reencarnação.

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