As horas que passam sem teus olhos
são as horas vazias da vida
é o tempo que não se descasca
ante o langor e a agonia
As horas que passam sem teus olhos
não são horas nas terras dos homens
não são risos
não são ventos
não são flores que se colhem no asfalto
São horas que não existem - deshoras
Como um beijo quente na ponta
do manto da morte
pairando em algum lugar da imaginação
que desemboca
nas tardes desesperadas
da vida pequena
e a salvação vem das páginas dos livros
das rotas que se alteram
do vento absurdo batendo portas e janelas
numa terra sem movimento
anulando as desesperanças
e vestindo roupas lilás
Nenhum comentário:
Postar um comentário